Textos


 
                  UM MENINO PASSARINHO

                                               Autor: Lucarocas

 

    Quando menino caminhava nas trilhas do roçado com baladeira na mão atirando em tudo que era vivente de pena, ou não.  Matava-os pela ingenuidade de ser menino. Diversão de época era ser caçador, aventureiro das trilhas da roça buscando o que caçar, ou aprisionar em arapucas, alçapão e gaiolas.  O prazer se dava pela quantidade de aves apreendidas e abatidas. Pura ingenuidade de criança sem mundo real, mas a pura liberdade de tempos de férias.

     De antes criar pássaros era permitido. O meu avô, contava meu pai, já juntava muitos pássaros em gaiolas.  Meu pai muitas teve. Chegava a ter cinquenta, mas num rompante vendia todas a qualquer preço, e ficava sem nenhuma por um tempo. Depois começava tudo novamente.

   Cresci, e nunca mais cacei, e nem aprisionei pássaro algum. Mas por muito tempo fui prisioneiro de outras aves....

   Hoje o tempo me permite, legalmente, montar o meu criatório de pássaros de cor, acho que precisava de alguma companhia no meu recanto. Me sugeriram Calopsitas por algumas qualidades que ela traz no seu conviver.  Não de pronto fui à busca. Encontrei algumas, mas longe de minhas posses, não me avexei para tal, deixei o tempo cumprir o seu destino passarinho, e ele cumpriu.

    Depois de cortar o cabelo em um local que sempre frequentava, ao sair percebi uma loja de pássaro. A curiosidade me convidou a comprar a gaiola dos meus futuros amigos de canto, o fiz, mas gaiola sem pássaro fica um canto vazio.  

Não tinha Calopsitas, tinha periquitos australianos, comprei...  

E foi assim que começou essa minha nova história de Menino Passarinho, Lucarocas Aves de Cor.

 

            Fortaleza, 19 de maio de 2019.

 


4 comentários:

  1. São realmente lindos, amo os meus

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  2. Quando eu era criança também matava passarinhos. Tínhamos pássaros em gaiolas poucos. Atualmente ospássaros circulam livres no meu quintal.

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  3. Lembro muito nem desse tempo, gostava de comer assado na braza, era muito bom. Hoje não gosto de ver os bichinhos presos, imagine comer....

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